O Fim da palavra

 Finalmente á propósito

A palavra me mostraria tua nudez

Mas a que custo!? no caminho me irritei

Até com o cantar das aves


Esqueci-me de todas as outras

A palavra me isolou, me referenciou

Mas me fez de refém

Descompassado coração pulsa

Incomodado ele incomoda


Ouço um estrondo e 

um forte fecho de luz ocupa toda a minha retina

Um zumbido no ouvido

E bem à frente lá está ele, prostrado


Revelado então

O horizonte de eventos, perpétuo


Nada sobre o universo e sua matéria

Nada sobre minha biologia multimilenária

Tudo em um prisma próprio

Resumidamente dissimulado


Em um momento de fraqueza do ânimo

Contrastado com um enorme martírio

Não acessível, intragável

O instante seguinte acompanha ainda menos beleza


Completo disforme infame

Cada sistema, cada órgão, cada célula

A rearranjar-se de forma bizarra

Tudo para abafar a desventura


A consciência vendo-se exposta, desprotegida, fragilizada

Passou a acompanhar e assimilar

Converter, racionalizar e correlacionar

A fim de não mais instantaneamente

Findar-se.




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